
Antônia Gabriela Pereira de Araújo
São muitos fios que me enredam até aqui. Pode parecer embaçado, mas com cuidado o olho ver os fios que fizeram minha rota desde Loango até as terras do Siará. Começo pelos fios de leite que me alimentaram, sou cria de Vaulice Pereira de Araújo, do meu pai Ivanilo Roque e fui nutrida pelos pomares de manga, sol, vento e ar de Fortaleza. Neta de vós indígenas e filha de mãe negra. Me tornei antropóloga pela UFRJ, artista pelos meandros da Filadélfia e Austin e mãe no corpo que hoje é fogo, frio e radiação elétrica.
Artista-macumbeira que inventa a ontologia negra do corpo-força na arte ativando e re encantando os seres ancestrais com a voz, pele, carne e fluídos.
Antropóloga que investiga atualmente autonomia erótica, força vital, migrações do sagrado, gênero racial e transmutação da carne negra em seiva viva.
Mãe e filha vestida de fogo, sal e água.
Link para Cursos:
Autonomia Erótica a partir de intelectuais caribenhas Sylvia Wynter e Jacqui Alexander e americanas Audre Lorde e Beatriz Nascimento.
(Através da prática artística estou montando o curso trabalhando com metodologias interdisciplinares. Centralizo o tema da existência negra, empregando iconografias, remexendo na memória da Passagem do Meio, na maroonagem marítima e na imaginação radical negra)